Não me lembro ao certo quando comecei a fazer esse tipo de foto. E tampouco a referência que me levou a isso. Mas já vinha explorando ondas em baixa velocidade, já as vezes usando algum movimento de câmera. Nada muito parecido com esse efeito.
Confesso que na primeira vez que vi uma imagem desse tipo fiquei um pouco confuso quanto a técnica aplicada. Seria feita em um tripé? Com a câmera estática ou em movimento? Qual velocidade colocar no obturador?
Talvez o grande segredo para fazer uma foto assim seja o controle da luz. Apenas com a dose certa dela você vai ter a liberdade para configurar a câmera com velocidades bem baixas. Normalmente uso algo entre 1/20 e 1/5 de segundo. Além disso, uma luz intensa acaba desnivelando demais o contraste entre os planos, então não é em qualquer hora do dia que você vai conseguir compor essa foto sem estourar ou sub expor alguma parte da imagem.
A luz deve ser bem suave, sem muita interferência direta do sol. Costumo fazer esse tipo de foto justo ao amanhecer ou naquele último suspiro do dia, quando já é impossível fotografar com velocidades mais altas.
Não uso tripé, mas nunca testei nesse caso. Como minhas fotos normalmente pedem que eu fique em constante movimento pela praia, acho o tripé um limitador e nem tenho um. Para esse tipo de foto parece interessante, visto que um dos problemas de fazer na mão é quando o movimento fica torto ou com pequenas variações de curva. Quanto mais linear melhor o efeito. Nisso, o tripé pode ajudar. Por outro lado é necessário um movimento contínuo e uniforme, e um tripé não tão bom pode dificultar esse movimento enquanto se fotografa.
Com a velocidade baixa é legal ir trabalhando diferentes tipos e intensidade de movimento. É parte de um conceito bastante conhecido na fotografia chamado “panning”, no caso, sendo feito com o mar. Como esse também está em constante movimento, a questão é sintonizar o movimento do fotógrafo com o do oceano.
Depois de um tempo fazendo esse tipo de foto descobri que não existe receita de bolo e nem imagem ideal que você possa buscar. São tantas variantes, desde a luz até o próprio movimento aplicado, que é impossível definir um padrão. A graça dessas imagens, para mim, muito está nas combinações quase infinitas que se consegue.
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