O arquivo já foi perdido, não sei mais onde esta o HD com essas fotos. Mas encontrei alguns vestígios virtuais dessa viagem.
Já fotografava há uns anos, mas como na época ainda se vivia o final da transição do analógico para o digital, as coisas demoravam um pouco mais para acontecer. Lembro que só me empolguei em viajar depois de algumas fotos publicadas em revistas, pensando que já poderia ter um retorno do material que produzisse. Na época os meios de comunicação eram mais limitados, mas ainda existiam algumas revistas impressas, pouco abaladas ainda pela onda digital. Existia também o WQS 6 estrelas ( nível máximo de então ), tradicionalmente feito todo o ano pela Hang Loose. Para quem não lembra, era um campeonato super importante no calendário, e novos e velhos surfistas de todo o mundo passavam por Noronha.
Lembro que em 2007 o Jordy Smith despontava como grande promessa da África do Sul, e se não me engano nesse ano ele foi campeão do WQS, permanecendo na elite desde então. Outros nomes que destaco de minha memória: Pedro Henrique, Jadson André, nosso eterno Jean da Silva, e até o Bruno Santos participou desse evento.
Fiquei bastante impressionado com a paisagem local, até então só havia fotografado no Rio de Janeiro, um cenário muito mais urbano. Os fim de tarde na Cacimba eram os meus favoritos. Parecia que o mar sempre acertava nessa hora e, depois de uma ameaça de chuva e nuvens pesadas, o tempo abria justo para ver o sol se por.
Minhas fotos de Noronha saíram em algumas publicações: fiz uma matéria grande para a extinta revista virtual Blackwater, algumas fotos foram publicadas na Hardcore e também consegui uma pequena matéria na Transworld Surf, revista norte-americana que fazia muito sucesso entre os surfistas mais jovens mas que já não existe mais.
Foi uma viagem produtiva, com algumas fotos que marcaram o meu trabalho. Foi a primeira vez que pude abrir meus horizontes e explorar outras ondas, primeira vez também que via uma quantidade considerável de bons surfistas em ondas de qualidade. Enfim, Noronha é enriquecedor. Não sei como está a ilha nos dias de hoje, o controle ambiental parece continuar rígido, o que é ótimo. Mas tenho uma ligeira impressão que aqueles dias de areia vazia na Cacimba do Padre, quase não existem mais.
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