Essa é uma série de fotos dos estudos que eu fiz explorando o tempo. Não apenas o lado mecânico dele ( através do obturador da câmera fotográfica ) mas também certos conceitos de tempo, que passaram pela minha cabeça pelo uso dos mecanismos virtuais e dinâmicos. Na grande rede atual, o tempo é sempre o presente, o simples ato de postar já evidencia uma presença que, acredito eu, suprima qualquer temporalidade da imagem. Tanto que, existe até um dia oficial para postar fotos antigas, comprimindo o passado até que ele se torne apenas uma frase, ou uma hashtag.
Nessas fotos tentei desconstruir a temporalidade. Focado no movimento do mar e alguns poucos elementos, eliminei referenciais que pudessem indicar um momento. Ele se tornou inexistente, ou irrelevante, já que o passado é só mais uma parte do presente.
O tempo passou e meio borrado ficou em nossa memória. Evidências de algo não tão nítido, mas que tem completo sentido. Sentido passado, em fluxo constante. Move-se como o mar, não para, nem para descansar. Move-se devagar, sabe a cadência que vida dá. Morre sem um lar, o mundo todo é seu lugar.
Série de onze fotos sobre o movimento constante e ritmado do mar. Não apenas ondas, mas também correntes e marés que contribuem para dar vida a água. Essas fotos não tem data, ou simplesmente não importa o quando, e sim o (e)terno fluxo.
Fotos tiradas entre 03/02/18 e 21/08/18 em diversas praias do Rio de Janeiro.
Está passado
Virou borrão
Tão passado
Que não serve de presente
Areia quebrou a onda
A cidade quebrou o mar
A Terra molhada de água salgada
Se a luz fosse tão rápida
Fugia do ser humano
Como um cardume de ondas
Que pula na superfície do mar
Simplesmente foi
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