Aquele momento era único, grandioso. Somente aquele momento. Rapidamente, procurou quem o estivesse vendo, naquele momento. Mas não havia ninguém próximo, e se fosse perder tempo e procurar alguém, não seria mais aquele momento. Aquele momento continuou estático, fazendo força para não passar, queria toda a glória daquele momento. Tentou gritar. Em vão, donde se viu gritar naquele momento? Aquele momento não queria ficar esquecido, e nem poderia. Mas toda a energia daquele momento estava passando e outro momento chegava em sucessão. Aquele momento arrastou sua saída, frente a frente com o outro, o momento certo. Então era inevitável, ninguém iria segurar aquele momento que se foi e, provavelmente, nunca mais voltou. Só não percebeu que naquele momento, último antes de chegar o próximo momento, alguém havia registrado aquele momento. Um fotógrafo? Talvez sim. Com certeza um admirador do tempo.